segunda-feira, 17 de agosto de 2009

As razões de uma candidatura




Depois de ter sido o cabeça-de-lista do PPM ao Parlamento Europeu, candidato-me agora ao Parlamento Português pelo Círculo da Europa.

Se na candidatura a Eurodeputado queria representar Portugal na Europa, espero agora poder contar com a confiança de todos os portugueses que, na Europa, dão o máximo de si.

Estou presentemente a viver em Bedford, no Reino Unido. Sou temporariamente um emigrante, pois vivo aqui enquanto a minha mulher termina um doutoramento numa universidade inglesa.

Daqui a uns tempos, ela vai ter de decidir para que país vai trabalhar. Graças à sua competência, recebeu na semana passada uma carta de recomendação garantindo que os direitos de uma patente por si desenvolvida foram vendidos a uma importante companhia norte-americana, naquele que, até hoje, foi o maior negócio financeiro da universidade. Contudo, quando se pensou para onde em Portugal é que se poderia enviar tal carta juntamente com o seu Curriculum Vitae, a pergunta que ela me colocou foi: “Mas, e se alguém com cunhas passa à minha frente?”.

Essa dúvida, a das “cunhas”, surgiu de uma forma quase imediata e, infelizmente, natural. O Portugal das “cunhas” é o Portugal que não funciona. É o Portugal que empurrou muitos portugueses para a emigração.

Sei que existe um Portugal que funciona. Um dos locais onde existe esse país é na Europa dos Portugueses.

O Portugal que funciona está naqueles países onde trabalham os emigrantes portugueses, pois esses conseguem um emprego pelo mérito e não pela “cunha”.

Muitos dos portugueses que trabalham e representam o nosso país no resto da Europa sentem-se mais portugueses quando estão fora do país. Quando regressam em férias ou, por outro motivo pessoal, sentem uma profunda e sincera tristeza por haver pequenos detalhes tão corriqueiros noutros países que poderiam fazer do nosso país um local muito melhor: agilidade da burocracia, contenção de despesas, moralidade política, cultura, fiscalização, imaginação, educação e civismo. São regras básicas de sociedade em muitos países do mais velho continente do mundo.

Não é à toa que muitos dos países onde portugueses trabalham pela Europa são Monarquias Constitucionais. Desde a Espanha, ao Reino Unido. Passando pelo Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Suécia, Dinamarca e Noruega. São países onde a Monarquia não é coisa bárbara, mas sim um motivo de respeito mundial.

Ao votarem no PPM nas próximas eleições não estarão a dizer que Portugal deve evoluir para uma Monarquia Constitucional. Um dia lá chegaremos, pois primeiro será necessário um referendo.

O que quero dizer aos eleitores portugueses que podem eleger os deputados pelo círculo da Europa é que um deputado monárquico, eleito pela “Europa dos Portugueses”, vai ter mais visibilidade do que qualquer outro deputado eleito por um dos velhos ou novos partidos do “sistema”.

Do “sistema” que não funciona.

Do “sistema” que expulsou os portugueses válidos do seu próprio país, obrigando-os a ter de procurar uma nova vida longe do calor humano da família.

É aos portugueses que querem um Portugal que funcione que quero dar um rosto único no Parlamento Português. Um rosto e uma voz na defesa dos direitos de quem o elegeu.

A vantagem de serem representados por um deputado do PPM não será só a de colocar um grão de areia na engrenagem da República, mas sim a de eleger como deputado alguém que sabe a quem prestar contas. E devo prestar contas aos meus eleitores e não a um qualquer grupo de interesses disfarçados de falsas virtudes e moralidade.

Ao longo da minha carreira de jornalista sempre dei voz a quem não a tinha. Trabalhei no semanário “Tal&Qual”. Investiguei casos polémicos – vejam, por exemplo a minha investigação sobre Camarate -, apontei nomes, chamei os bois pelos nomes.
Sofri pressões, sofri represálias financeiras e ameaças de despedimento – a nova “censura”.

Se for eleito pelos meus semelhantes que trabalham na Europa, irei ter a liberdade e legitimidade de falar sem medo de assuntos que outros não podem, pois esses fazem parte do Portugal que não funciona.

O meu gabinete no Parlamento Português, aberto a todos, será igualmente fácil de encontrar: vai ser o que tem as cores de um Portugal que quer trabalhar, prosperar na Europa. Um Portugal que já foi grande no mundo, um Portugal de direito na Europa.
Na Europa dos Portugueses.

Lembrem-se disso.

Não é uma promessa, é uma vontade.

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